Estou desenvolvendo o post que segue pois me relataram uma situação no mínimo curiosa. O terreno localizado na Rua Irmão José Otão 540 (entre a rua Gen. João Telles e rua Santo Antônio) possuía uma figueira de porte no mínimo considerável. A imagem da figueira segue na imagem abaixo.
Para quem não está lembrando, a Irmão José Otão é uma das ruas do Bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Ela é a rua que faz a continnuidade da rua Vasco da Gama, onde foi construída a passarela do Colégio Marista Rosário. Um bairro caracterizado pela alta densidade demográfica, a justificativa da existência deste "lote vago" estava justamente na dificuldade de aproveitamento do lote, em virtude da existência da figueira.
O que ocorre é que hoje, a figueira simplesmente não está mais lá. Numa operação no mínimo estranha, o exemplar de porte considerável foi suprimido ou transplantado.
A quem interessar, o processo para a realização da remoção é o de número 002.294061.00.2.
Ao ser contatada, a Smam alegou que o processo havia ido para a Smov no dia 21 de dezembro de 2010 e que devido a isso não teriam maiores informações. Alegaram também que não sabiam informar que exemplar era, mas que há um tipo de figueira que não pode ser removido de maneira alguma, mas que o exemplar poderia ser uma Falsa-seringueira (também conhecida como falsa figueira), Nome Científico: Ficus elastica Roxb. e que este sim poderia ser removido.
Não tenho como não estranhar a aprovação de remoção de vegetal ocorrer numa época onde a maioria das pessoas já não estava mais em Porto Alegre, devido as festas de final de ano.
Estranho também que, segundo a arquiteta que me relatou o caso e que estudou o terreno em seu trabalho de diplomação na Universidade Ritter dos Reis, não havia a possibilidade de fazer a remoção do exemplar, não apenas segundo o que ela me relatou mas também de acordo com informações do seu orientador. Mais estranho ainda considerar que num bairro denso como é o Bom Fim, este terreno tenha ficado vazio tantos anos até então pelo impedimento causado por uma árvore que seria imune ao corte, e, no apagar das luzes do ano de 2010, se descobrir que esta pudesse ser retirada.
É claro que podem me faltar infromações e por isso eu peço que quem tenha maiores informações, nos mande. Afinal, como já disse, é um caso no mínimo curioso.
Na internet, consultando pelo endereço, encontrei apenas dados do empreendimento, o Confraria do Bom Fim. Um prédio residencial de 20 andares, contendo várias infra-estruturas, com um uso significativo do terreno pelo o que se pode observar na pequena imagem disponível. De uma empresa denominada Emporis, com parceria da Saute MGus. Clique na imagem para ampliar.
Maiores informações também podem ser obtidas no site:
http://www.emporis.com/application/?nav=building&lng=7&id=1185814
Afinal, pelo projeto, realmente a figueira não teria como permanecer lá.
Destaco apenas que embora, ainda conste no google, a árvore não está mais lá.
Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos
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