Ontem, iniciamos nossa avaliação dos cinemas de Porto Alegre. Primeiro cinema visitado, Cinermark do Bourbon Shopping Ipiranga. Quando foi inaugurado, em 1998, era referência pela sua qualidade acústica. Nós últimos anos, sofreu um grande reforma, onde foi significativamente ampliada a sua área bruta locável, ao longo do seu segundo pavimento.
Surpreendentemente, porém, as adequações relacionadas à acessibilidade se referem a um mínimo, muito relacionado ao acesso em si, e pouco em relação à qualidade nas condições para assistir a um filme no cinema.
O acesso às áreas do cinema é muito bom. O piso em si é liso (granito e porcelanato), sem obstáculos. Não há porém, qualquer tipo de sinalização direcional, ou indicações de sinalizações visuais específicas para deficientes auditivos. Mantém-se a percepção que deficientes visuais não possam explorar o ambiente dos cinemas.
Mas não pára por aí, embora os banheiros já se encontrem adequados aos PCR (portadores de cadeiras de rodas), no cinema em si, o espaço destinado a eles é uma vergonha. A opção é ver o filme "colado" à tela. Para o cadeirante se sentir melhor há algumas cadeiras laterais ao espaço reseravdo ao PCR, num total de 8 unidades. A visual é lamentável, e demonstra que o projeto cumpre o que determina a norma, sem qualquer preocupação com o público em si.
Em relação à sinalização podotátil, o primeiro degrau apresenta a sinalização junto ao mesmo, impedindo qualquer previsão de ação, já que a percepção do elemento degrau se dá praticamente junto ao mesmo. Há duas outras faixas sinalizadas, desta ver centralizadas em relação aos patamares e que facilita sua percepção.
As condições de acessibilidade do cinema sugerem apenas que a preocupação geral é que cumprir os ítem sem efetivamente haver uma preocupação de inclusão. Há ainda muito o que avançar no sentido de apliar as possibilidades efetivas de uso aos Portadores de Necessidades Especiais.
Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos
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