sábado, 30 de julho de 2011

Projeto Cais Mauá, uma revitalização há muito esperada. Post 2.

O ano de 2008 certamente será lembrado como um dos mais importantes nesta tragetória de revitalização do Cais Mauá, de Porto Alegre. A equipe liderada por Edemar Tutikian, coordenador executivo do projeto e presidente da comissão técnica de avaliação para a Revitalização do Cais Mauá, caminhou passos importantes. Incicialmente foi realizada a licitação para a elaboração do Plano de Negócio da Revistalização, Plano que iria nortear as obras de revitalização do Cais. Licitação que foi ganha pela M. Stortti Consultores.

Conforme informações do jornal Zero Hora, 4 grupos foram formados para participar da licitação:
Grupo 1
Quem integra o consórcio: Beck de Souza Engenharia, STE Serviços Técnicos e Construtora Tedesco
O que fazem as empresas: As três são gaúchas. A Beck de Souza e a STE atuam em consultoria na área de engenharia. A Tedesco é uma construtora
O que diz sobre sua proposta: Está com os estudos em fase final. O espírito da proposta é fazer do cais uma área que sirva a um público de todas as classes sociais. A proposta será de um espaço de cultura, lazer, negócios e serviços, prevendo soluções de acesso e construção de prédios
Participação em fases posteriores: O consórcio manifesta interesse em participar da fase de obras
" Apostamos muito no projeto. Queremos participar da licitação das obras, que deve ser uma coisa enorme, e por isso temos uma construtora no grupo. "
Cristiano Costa de Souza, arquiteto da Beck de Souza Engenharia

Grupo 2
Quem integra o consórcio: MSCA, Grupo Camargo Corrêa, Jaime Lerner Arquitetos, Proativa, Lanside e SPIM
O que fazem as empresas: A MSCA, de Porto Alegre, atua em consultoria na área empresarial. O Grupo Camargo Corrêa conta com uma construtora. Na área da arquitetura, o escritório de Jaime Lerner tem a parceria de empresas internacionais. Participam do consórcio três empresas da Espanha: a Proativa é uma gestora de fundos, a Lanside é do ramo de desenvolvimento de infra-estrutura e a Spim é construtora
O que diz sobre a proposta: Não antecipa detalhes, mas analisa um plano de negócios e estuda a possibilidade de propor uma parceria público-privada (PPP) ou uma concessão
Participação em fases posteriores: Ocorrerá se o projeto escolhido pelo governo for considerado viável pelo consórcio
"É um projeto complexo, e por isso está parado há tanto tempo. Seguir adiante ou não vai depender dos estudos sobre a viabilidade."
Maurênio Stortti, da MSCA, coordenador do grupo

Grupo 3
Quem integra o consórcio: Debiagi Arquitetos e Urbanistas, Pedro Gabriel Arquitetos Associados, Joaquim Haas Arquiteto e Urbanista, Rossi Residencial, Gilberto Guaspari Advogados e Sérgio Porto Advogados. O consórcio adotou como nome Equipe Porto Alegre
O que fazem as empresas: Aos três escritórios de arquitetura gaúchos somam-se a Rossi, como construtora, e os dois escritórios de advocacia, responsáveis pela viabilidade jurídica da proposta
O que diz sobre a proposta: Tem praticamente concluída solução para a área econômica, urbanística e juridicamente viável, mas não antecipa os detalhes por causa dos concorrentes
Participação em fases posteriores: Depende do que o governo vai decidir
"Não sabemos sobre as fases seguintes. A Rossi é o parceiro econômico. Tê-la no projeto significa ter condições de fazer o investimento."
Jorge Debiagi, coordenador da Equipe Porto Alegre


Grupo 4
Procurado por Zero Hora, o quarto consórcio, integrado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht, afirmou que não se manifestará sobre propostas para a remodelação cais do porto da Capital, porque ainda estão em andamento. As duas empreiteiras aparecem entre as maiores do país no setor


O Plano aprovado, norteou a licitação do projeto em si, que será objeto de nosso Post 3, mas por enquanto, vamos tratar do que foi proposto pela M. Stortti Consultores.

Com uma previsão de investimento de um total de 400 milhões de reais, através de uma parceria público privada, determinava que:

Os armazéns seriam reformados e destinados a lojas, bares e restaurantes. As paredes de alvenaria seriam removidas e substituídas por vidros, o que possibilitaria admirar a paisagem do Guaíba. As principais construções, no entanto, ficariam nos dois extremos. Perto da rodoviária, seriam erguidas duas torres comerciais para escritórios e estacionamento. Na outra ponta, perto da Usina do Gasômetro, está previsto um hotel, um shopping e um centro de convenções.

Muro da Mauá pode ser reduzido à metade.

O plano de negócios é uma idéia. A empresa que vencer a licitação pode propor mudanças. Não significa, por exemplo, que o hotel ficará exatamente naquele local. O mais importante desse plano foram os conceitos de exploração do local apresentados — observou Edemar Tutikian, coordenador executivo do projeto de revitalização do Cais e presidente da comissão formada para avaliar o plano anunciado ontem.





Informações do Projeto- Construção de duas torres de escritório
- Um hotel de luxo com 300 apartamentos
- Centro de convenções para mil pessoas
- Shopping center com cerca de 13 mil m²
- Museu
- Terminal Hidroviário
- Trem elétrico ligado todo o complexo
- Dois estacionamentos (um de cada lado do cais)

Números do Projeto
 - Investimento: 426 milhões
- Vagas de Estacionamento: E¹ 2,3 + E² 1,2 - Total 3500
- Empregos: 2,3 mil durante a obra e 5,4 durante o funcionamento
- Previsão: 2014

O cronograma
 Até dezembro de 2008 - Abertura de licitação para escolher a empresa que fará a revitalização e terá direito a explorar a área por 25 anos
Final do primeiro semestre de 2009 - Definição e anúncio da empresa que fará a obra
Segundo semestre de 2009 - Início das obras
2011 - Término da primeira etapa da obra, como a revitalização dos armazéns
2013 - Conclusão de todas as obras do projeto

Contribuição de informações do site: http://www.skyscraperlife.com/projetos/15818-porto-alegre-rs-revitalizacao-do-cais-maua.html

Após esta proposta bastante impactante, o processo tramitou junto à Prefeitura, CAUGE, e junto ao conselho do Plano Diretor, CMDUA, já em 2009, onde ao final ficaram definidas algumas questões, relacionadas principalmente às diretrizes urbanísticas:
- o projeto ficaria zoneado em 3 setores distintos. Um junto à usina do Gasômetro, o setor dos Armazéns e o Setor junto à Rodoviária,
- os armazéns seriam mantidos integralmente, sendo restaurados, sem quaisquer plugues ou acréscimos, apenas aqueles destinados à conexões entre os mesmos, de modo a facilitar a circulação dos usuários e integrar as unidades;
- junto à Usina do Gasômetro não seriam implantados prédios de maior altura. Estes seriam destinados ao setor 3, próximo à rodoviária, onde não haveria limite de alturas.

Embora o plano se referisse apenas à proposta econômica de ocupação, muitos confundiram esta proposta com o projeto em si. Na época, publicações difundiam a mesma enquando projeto (embora fosse apenas econômico) o que resultou no repúdio de muitos ao que estava sendo apresentado.
Parecia estar se criando um novo monstro, que novamente seria repudiado. E mais uma vez houve o medo de se passarem muito anos à espera do Porto Revitalizado. 2009 foi um longo ano percorrido pela ânsia de aprovar o plano econômico.

Mas ainda assim o processo seguiu, com muito questionamentos, mas que trazia também muitos esclarecimentos, em especial quanto à questão do tombamento da área, que gerou em muitos momentos, muitas reviravoltas quanto à utilização da área:
O patrimônio histórico e cultural do Cais Mauá é protegido desde 1983, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) tombou a Usina do Gasômetro e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez o tombamento do Pórtico Central e dos Armazéns A e B. O Conselho Municipal do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Comphac) de Porto Alegre tombou, em 1996, os Armazéns A-1, A-2, A-3, A-4, A-5, B-1, B-2, B-3, além do edifício-sede da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). Em 2004, o Comphac também tombou o Armazém A-6.

Já na Câmara Municipal, seguiram-se mais algumas definições:
O QUE FOI GARANTIDO

Confira como ficou o projeto até pouco depois das 21h de ontem, com base nas emendas aprovadas ou rejeitadas até esse horário:
- Destinação da área do cais para atividades de lazer, culturais, gastronomia e comércio
- Destinação de área para hotel ou apart-hotel, como prestação de serviço
- Prédio de até cem metros junto à rodoviária, para uso comercial ou como apart-hotel, e de até 32 metros próximo à Usina do Gasômetro

O QUE FOI MODIFICADO

- Foi proibida qualquer possibilidade de utilização da área para moradia
- Reservou-se espaço no cais para o transporte turístico e de passageiros pelo Guaíba
- O cais deverá contar com paisagismo com vegetação nativa, coleta seletiva e reciclagem de lixo e redução de resíduos sólidos

 (de acordo com o jornal Zero Hora)


É importante destacar que ao longo da tramitação do projeto na câmara de Veradores, a mobilização foi intensa. Gostando ou não do projeto, é importante destacar que a cidade deseja se apropriar detse espaço. Não sendo por nada que a feira do livro, há 3 anos, já se integrou ao Porto.

Apenas em 2010, chega-se a etapa de execução da licitação para a exploração do espaço, licitação esta que foi ganha pelo mesmo consório que eçaborou o plano econômico para a área.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

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