Há tempos ando observando que a pressa vem roubando a qualidade
de vida. A pressa na verdade vem roubando a vida das pessoas. Poucos dias
atrás, um cobrador de ônibus esfaqueou 2 passageiros aqui em Porto Alegre. O
motivo, os passageiros reclamavam do atraso do ônibus. O cobrador, nada tinha o
que fazer. O trânsito está caótico. Basta sair às ruas para ver. Não era culpa
dele. Mas ainda sim, as pessoas estão doentes. Todos estão doentes.
Tudo é “pra ontem”. Quem nunca ouviu esta expressão? Na
pressa de encontrar um tempo, acabamos por encontrar tempo nenhum. Perdem-se as
relações, substituídas pelas redes sociais virtuais. Que de tão virtuais, minam
as bases antes sólidas das relações. Dos vários amigos, quantos na verdade se
tem?
Não temos tempo para nada, mas ainda assim encontramos tempo
para tudo. As conexões instantâneas, rápidas, dinâmicas, fizeram o homem se
tornar escravo do seu trabalho. Todos correm o tempo todo. Há quem não corra?
Sim, sempre há... mas este não está trabalhando.
O celular toca a todo o instante. São ligações, mensagens, twitter,
whatsapp, facebook. Não há mais tempo, tempo de almoço, tempo de descanso,
tempo para a família. As pessoas conectam-se a todo instante, inserindo-se
propositadamente em uma “matrix”. Alheias a tudo, são acima de tudo alheias às
pessoas, ao ser humano. A solidariedade, a generosidade estão desaparecendo. O
caos está por todo o lado. Parte do plano? Ainda não sei.
Do repórter fotográfico Alfonso Abraham:
A capital do gaúchos, vista do terraço do prédio do DAER.
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