Na última terça-feira, dia 29 de abril de 2014, fui ao
Conselho do Plano Diretor, CMDUA, acompanhar a votação do projeto de ampliação
do Shopping Moinhos de Vento. De início estranhei quão poucos membros da
comunidade estavam lá presentes. Depois viria a compreender, da forma mais
decepcionante, o porque.
A votação do projeto já tinha sido levada ao CMDUA, quando o relator, representante da Região 2 de Gestão de Planejamento
tinha votado contra o projeto. Quando isto acontece, o projeto é redistribuído...
tipo assim... até aprovar. O conselheiro da Região 1, que é a região onde se
encontra o empreendimento, havia informado que a comunidade não era contra o
projeto, mas sim contra as contrapartidas.
Na reunião do dia 29, novo relato, desta vez pela aprovação,
afinal a CAUGE já havia dado parecer favorável. Mas se este fosse o parâmetro,
então por que existir o CMDUA??
Após o relato, o presidente do CMDUA (Secretário de
Planejamento) sequer deu espaço para os poucos representantes do Movimento
Moinhos Vive manifestarem sua opinião. Seria o mínimo para uma democracia. Mas
no conselho, a democracia foi “patrolada” pela PRESSA dos conselheiros de literalmente
se “livrarem” dos processos. O Conselheiro da Região 1 ingenuamente fez uma
pergunta sobre a Área Livre Permeável. Na reunião anterior, informaram não
poder responder pois era assunto da SMAM e seu representante não estava
presente. Desta vez, o conselheiro da SMAM informou não ser com ele e sim com o
representante da SMURB. A SMURB por sua vez não respondeu... Estava fazendo outra coisa.
E na pressa de votar, todos aprovaram com exceção do
conselheiro da própria região 1 que parecia não acreditar no fato de que não
era merecedor de uma mínima resposta. O grupo do Moinhos Vive tentou se manifestar e recebeu uma solicitação para que "ficassem quietos". Sinceramente, ultrajante.
Chocada pela forma de tratamento, não
percebi a velocidade de apresentação do empreendimento proposto junto ao Barra
Shopping. Apresentado tão as pressas que sequer pudemos compreender ao certo o
que se quer no local. Deste, só entendi os 80 metros de altura, e perguntei a
mim mesma sobre impacto sobre a paisagem. Apenas eu, por que os demais pareciam
estar lá se enganando ao ouvir que seria um empreendimento “ecologicamente
correto”. E que por isso deveria ser aprovado.
A reunião porém não terminou aí. Ainda tinha uma
apresentação da EPTC sobre como vai funcionar o trânsito na COPA. Esta sim não
deu pra entender nada... textos pequenos, fala rápida. Lógica discutível. Não consigo entender alguém em dispor
estacionamentos na PUC, para que de lá as pessoas peguem transporte para chegar
ao estádio. E percorram uma distância de
mais de 10 quilômetros. Espalhando o caos da COPA por vários locais da cidade.
A dúvida que ficou, e que obviamente não foi respondida é:
E quem não vai à COPA, circula por onde?
Dentre tantas informações, o máximo que recebemos é que a EPTC não recomenda circular 6 horas antes dos jogos e 2 horas depois dos jogos. Então tá, vamos todos ficar em casa, por que alguém não fez o seu dever de casa.
Muito para apenas uma reunião? Com certeza, por que no
final, ninguém entendeu muito do que viu, e os processos seguem passando.
Seguem amplificando o caos, contra qualquer tipo de planejamento urbano.
Eliana Hertzog Castilhos
Park & Hide PUC
Park & Hide Jockey
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