terça-feira, 29 de abril de 2014

30 segundos para atravessar uma rua é pedir demais?

O Jornal Zero Hora publicou na data de ontem o mapa abaixo para indicar as zonas da cidade onde o semáforo contará com 30 segundos para atravessar um rua. Um teste que está sendo feito pela Prefeitura. 





Fonte:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/04/centro-de-porto-alegre-tera-dois-dias-de-testes-de-30-segundos-nas-sinaleiras-4486559.html

Li e reli, em especial a parte onde o diretor-presidente da EPTC e secretário municipal de Mobilidade, Vanderlei Cappellari disse:
"Somente vamos avaliar o impacto no transporte coletivo. Nos automóveis, não."

E me vieram à mente duas perguntas:
a) 30 segundos para atravessar uma rua é pedir demais?
b) se os impactos dos empreendimentos são avaliados em sua grande maioria pelo impacto sobre o trânsito total de veículos, por que não avaliar TODO o impacto causado por esta medida?

Se tem algo que defendo, é o espaço e o respeito ao pedestre.  Há cerca de 20 anos fui atropelada em Porto Alegre em cima de uma faixa de segurança. Aqui, o que reina é o desrespeito. Sei que o tempo do sinal é calculado pelo tempo. Que tem uma folga. Ao menos é o que dizem. Segundo reportagem do Jornal O Sul, Vanderlei Cappellari afirma que a prefeitura segue uma indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a média de velocidade de caminhada é 1,2 m/s. “Quando o visor mostra 10 ou 12 segundos para fazer a travessia, o que é uma raridade, o pedestre tem ainda o tempo de segurança, ou seja, mesmo mostrando para o pedestre o sinal vermelho, a sinaleira para o automóvel ainda não abriu”, acrescenta. Só que se para mim, que tenho 34 anos, as vezes é difícil atravessar. E como fica a velhinha? E o portador de necessidades especiais? Sim, por que o tempo de segurança (além dos ditos segundos) numa cidade sem respeito é claramente desrrespeitado. É fechar a indicação de tempo do pedestre que tem carro arrancando.

Educação. À Porto Alegre, falta Educação No Trânsito. E não é de hoje. Defendo sim o aumento do tempo ao pedestre, mas defendo que este aumento seja feito de forma calculada. Se o cálculo hoje está falho, vamos corrigir o cálculo. Mesmo por que com as literais autopistas que estamos criando na nossa cidade, talvez 30 segundos, seja pouco!

Eliana Hertzog Castilhos
arquiteta e urbanista

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Porto Alegre de contradições.

De todas as situações estranhas que a cidade de Porto Alegre nos faz vivenciar são as suas contradições que mais me chamam  atenção.
Há apenas algumas semanas o bairro Moinhos de Vento vem discutindo as questões relacionadas a ampliação do Moinhos Shopping. Compareci a algumas reuniões e percebi o grande entrave que são as promessas vazias. Ouvi inúmeras queixas sobre os problemas de iluminação do bairro. Que deveriam estar resolvidos este ano e até agora nada, nem obras. Os moradores querem mais luz, nas calçadas, nos parques, nas praças.
Daí há quem diga que isso não é só ali, só neste bairro. Mas verdade seja dita, há quantos anos pagamos taxa extra na conta de luz para a iluminação pública? E o que mudou? O IPTU do bairro Moinhos de Vento também não é barato. Mas Voltando ao Shopping. Enquanto os moradores querem a valorização da paisagem, a qualificação dos ambientes públicos de calçadas e parques, as contrapartidas solicitadas ao empreendimento não são relacionadas à iluminação pública. São relacionadas às vias, a solucionar o trânsito de veículos. A proposta de medidas mitigadoras é redução de calçadas. Logo as calçadas, que são o charme do bairro.  Entre as propostas estão:
- um 'taper' na dr. Timóteo, para o acesso de veículos, ou seja, jogam a via para a posição da calçada e a calçada um pouco mais para dentro;
- um alargamento da 24 de outubro na calçada do mcDonalds, num total de mais uma pista (menos 3,5m de calçada - imagem abaixo ilustra em vermelho a faixa - imagem do google street view);




- vários ajustes em curvas que em geral reduzem um pouquinho as calçadas;
-  uma alça para os veículos dobrarem direto da Olavo Barreto Viana na 24 (reduzindo drasticamente a calçada da Panvel)... ais ou menos tirar esta faixa marcada em vermelho na imagem abaixo.


A base da imagem é do site da Panvel.

Mas comecei este post falando sobre contradições. E sim, tenho que me perguntar como a mesma prefeitura que propõe isto para o Moinhos de Vento (afinal estas propostas foram feitas pela EPTC), como esta mesma prefeitura quer agora propor retirar os carros do centro. Sim, o que foi divulgado é que a Prefeitura irá implantar o projeto feito pela Mobicidade junto com o escritório 0E1, que propõe o regaste do espaço para pedestres em algumas ruas do centro de Porto Alegre (Dr. Flores, Marechal Floriano e Vigário José Inácio.

Infos adicionais sobre o projeto no link abaixo:
http://www.mobicidade.org/?p=212

Bem, este post não é destinado à crítica para a crítica. Para quem não entendeu ainda, o pessoal do Moinhos não é contrário a tudo e todos, só quer assim como todo mundo mais espaços para as pessoas, mais segurança, mais ILUMINAÇÃO PÚBLICA. São inúmeros os relatos de assaltos no local. E assim como o Centro quer resgatar o espaço das pessoas, o Moinhos de Vento quer PRESERVAR O SPAÇO DAS PESSOAS.
Sabem o que mais eu não entendo, como um estudo de trânsito que fala que as pessoas que frequentam o Moinhos Shopping em sua grande maioria o fazem a pé, como deste estudo, a proposta de solução é tão distorcida. Ao Grupo Zaffari, que foi quem nos apresentou este projeto de ampliação, posso dizer as pessoas não são contra o Shopping, são contra o que querem fazer com o entorno do Bairro. E no fundo, estão cobertas de razão.

Eliana Hertzog Castilhos
Arquiteta e Urbanista




quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nota de Repúdio à forma de aprovação da ampliação do TRT4.

Quem escreve aqui não é a profissional da empresa Cubbos e sim a Delegada da Região de Gestão de Planejamento de Porto Alegre. Há praticamente 10 anos dedico parte do meu tempo livre discutindo os assuntos da cidade de Porto Alegre, tentando de alguma forma ajudar no seu desenvolvimento. Tentando fazer as pessoas entenderem a importância do Planejamento Urbano (estou falando grego, né?!).
Então, me desculpem os que se ofenderem com o texto que segue, mas a verdade é que o Brasil e seus juízes continuam a me surpreender pela sua "autosuficiência".
A notícia divulgada no site do TRT4, cujo print da tela segue abaixo, nos dá uma boa ideia do que estou falando.



Seguem os trechos mais chocantes:

Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) elaborou um anteprojeto (griffo nosso) de ampliação para o Foro Trabalhista de Porto Alegre. O estudo prevê a construção de um novo prédio, com 15 pavimentos, que deverá abrigar as 30 Varas do Trabalho da Capital. Também está prevista a reforma dos prédios 1 e 2, e a substituição do prédio 3 por um edifício com auditório e estacionamento. A ampliação do Foro visa a melhoria das condições de trabalho e da prestação jurisdicional.
(...)
A proposta de ampliação do Foro foi apresentada aos juízes do Trabalho de Porto Alegre nessa quarta-feira (9). Os magistrados terão um prazo de 15 dias para analisar o anteprojeto, durante o qual poderão sugerir alterações. A reunião contou com a participação da presidente do TRT-RS, desembargadora Cleusa Regina Halfen, do diretor e da vice-diretora do Foro, juízes Mauricio Schmidt Bastos e Valéria Heinicke do Nascimento, respectivamente, e do diretor-geral do TRT-RS, Luiz Fernando Taborda Celestino.

Após a manifestação dos juízes, o TRT-RS solicitará à Prefeitura Municipal de Porto Alegre o encaminhamento de um projeto de lei à Câmara de Vereadores sobre o tratamento específico para o solo onde está localizado o Foro, permitindo a nova construção. “O Plano Diretor não autoriza a construção do prédio-torre porque não há índice construtivo suficiente. Isso vai exigir a elaboração de uma legislação própria”, explicou Luiz Fernando. (griffo nosso)

Gente, então assim ó... agora ANTEPROJETO já está habilitado à aprovação, na opinião dos nossos ilustríssimos juízes e desembargadores. Estudo de Viabilidade Urbanística?? Acho que não ouviram falar não... Também percebo que impacto urbano que nada, o importante é fazer o que o nosso judiciário quer, independente do que dizem os urbanistas. E nesta roda de opiniões, de magistrados e de vereadores, os urbanistas ficam onde?? pois é... não ficam. Aliás, nem a SMURB fica...

E depois não venham me reclamar do caos urbano, do trânsito, da falta de planejamento. A situação já é crítica e vai ficar pior... começou com o Hospital de Clínicas; foi o primeiro; o TRT4 agora é o segundo. Quantos mais virão???

Eliana Hertzog Castilhos

Pallets Design. Etapa 1. Pesquisa.

Já faz algum tempo que temos obra, e ao longo deste tempo, acompanhamos uma peças interessantes que em geral são pouco utilizadas. Os pallets são bases de madeira sobre as quais em geral são carregados materiais.
Resumo de suas qualidades = madeira + resistem ao tempo + são resistentes.
E seu destino, na maioria das vezes, é o lixo.
Então, pensando em reciclar de alguma forma, resolvemos começar com a base de qualquer estuo ou projeto, a pesquisa de referências. E quer saber, são muito interessantes. Olhem só:

Fonte:  www.designrulz.com


Fonte: Dezeen Pride And Glory Interactive by Morpho Studio


Fonte: http://palletfurnitureideas.blogspot.com.br/ (este site vale a visita, muitas idéias legais)

Mas se você acha que é só móveis, se engana. Tem gente por aí fazendo pavilhões, casas... é só seguir a imaginação.


Fonte: http://inhabitat.com/beautiful-german-pavillion-made-from-1300-shipping-pallets/

Eliana Hertzog Castilhos
arquiteta e urbanista





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Arquitetura, a arquitortura das aprovações de projetos.

Sou formada arquiteta há mais de 10 anos. Formada em uma profissão exigente... Requer bom gosto, senso estetico, técnica, funcionalidade. E o retorno, nem metade disto. Na maioria das vezes somos surpreendidos por clientes que não querem pagar pelo serviço... Em geral, pedem dicas, de cor, de tecido, de reforma... Tem de tudo.
Para quem trabalhar com projetos, e com a realidade das aprovações, posso garantir, tem gente que esta passando fome. Na minha ultima ida ao EDIFICAPOA ouvi que nenhum laudo ou memorial de incêndio é aprovado em Porto Alegre há uns 6 meses. Bem, sendo isto verdade, este povo esta sem receber parte de sua remuneração. Vivem de que então, me pergunto?! Sim, por que sem estes documentos, nenhum projeto comercial, ou de grande porte é provado. Como as residências muitas vezes são irregulares, tirem suas próprias conclusões (podem ter certeza, faço parte deste grupo de sofredores).
Nestes momentos me pergunto, onde estão CAU, Sindicato dos Arquitetos, onde estão as entidades que deveriam lutar por estes profissionais? Sim, por que os arquitetos, em sua grande maioria são  profissionais liberais, que com os trâmites da nossa Prefeitura de Porto Alegre tem sua hora de trabalho remunerada a menos do que se remunera um estagiário.
Eu tenho um empresa... E a cada dia tento literalmente sobreviver com esta profissão. Mas estou cansada e este é realmente um desabafo... A cada dia, sabem o que fazem para melhorar? Mudam a legislação.. Vem pela frente, um novo decreto... Há poucos meses a lei de incêndio mudou e trancou tudo! Mas só pra lembrar, o incêndio da boate KISS não foi por falha na legislação, foi por falta de aplicar direito a legislação ja existente... Então, pra mim, continuamos na mesma. Mudara, a lei por que esta é a parte mais fácil, para dar uma cala boca em quem diz que os governantes não fazem nada.
E seguem os arquitetos, tendo que estudar mais, nossas novas leis.. Tendando descobrir o objetivo de tudo ist

Eliana Hertzog Castilhos
Arquiteta e urbanista

Desculpem eventuais erros de portugues, mas este post é um desabafo.

sábado, 19 de abril de 2014

Parklet´s / mini-praças / vagas ecológicas

Parklet´s ou mini-praças começaram por São Francisco, agora chegam oficialmente a São Paulo, a expansão das soluções alternativas para a melhor urbanidade na nossa cidade.
O movimento PARKLET´S, no fundo iniciou-se pela intenção de retornar o uso da rua para o pedestre e fortalecer o conceito de prioridade ao pedestre e assim fortalecer a ideia de que o carro é a nossa última opção.
Os principais conceitos:
   - reimaginar o potencial das ruas da cidade;
   - encorajar o uso pelos pedestres;
   - ampliar a iteração entre os vizinhos;
   - encorajar o uso de transporte não motorizado;
   - criar um suporte ao comércio local.
Os controles estão inseridos dentro do planejamento estratégico do município e se integra da seguinte maneira:
   - inserção dentro das áreas determinadas e estudadas pelo planejamento municipal;
   - conexão ao plano de transporte e circulação municipal, se integrando com o plano cicloviário principalmente;
   - permissão e inspeção pelos órgãos públicos, se o Parklet segue as regras existentes;
   - análise, do design, custo, projeto e processo de implantação até da manutenção do Parklet.
O programa que se iniciou em São Francisco possui regramento claro, e até um manual de funcionamento com todas as informações necessárias para o bom funcionamento do projeto:
O manual, além de determinar o funcionamento explica até os procedimentos de aprovação de cada um dos parklet´s.
Os primeiros modelos, demonstram a preocupação com a acessibilidade de quem vem da calçada para a mini praça, os modelos vão desde 1 vaga na paralela até 3 vagas no perpendicular.
O sucesso em São Francisco foi tanto que hoje as solicitações estão suspensas devido a quantidade enorme de solicitações, abaixo algumas imagens de outro exemplo de aplicação na cidade:
 A manutenção do Parklet, é do próprio comerciante, o que aproxima o uso intensamente e o transforma como uma extensão tanto do comércio quanto de via pública equipada criando uma área de múltiplas funções na cidade.
A barreira física para com a via é uma preocupação constante, mas resolvida de diversas formas em seus vários designs já desenvolvidos.
O sucesso apresentado pelo conceito se desenvolve por outras cidades com Los Angeles, a cidade já conta com 15 Parklet´s:
Alguns Parklet´s acabaram virando apoio como bancos e canteiros, podendo inclusive se transformar em hortas comunitárias outro conceito bem explorado em algumas capitais.
Abaixo um exemplo de São Francisco, pioneira no conceito:
Modelo que pode se adaptar muito bem ao conceito de hortas comunitárias. Algo que poderia ser estudado para a cidade de porto Alegre e assim viabilizando e regularizando iniciativas de empresários como os da Rua República que implantaram uma horta comunitária dentro de um sofá, o interesse no assunto foi tão grande que foi divulgado em jornal televisivo da RBS e consta artigo no portal G1 de comunicação.

Um programa desenvolvido aos moldes de São Francisco ajudariam estas iniciativas potencializando os esforços e resultados.
O movimento é tão sério que já existe site específico apoiando e dia de comemoração ao movimento urbano:
O movimento se espalha pelo mundo segue informações encontradas no site:
Ao pesquisar o assunto se verifica algumas cidades que já consagraram o uso como Oakland:
O decreto nº55.045, que regulamenta a criação dos parklet´s na cidade de São Paulo, foi assinado nesta quarta-feira (16/4) pelo prefeito Fernando Haddad.

Ficamos agora aguardando o momento de Porto Alegre entrar para este que pode ser o futuro do nosso urbanismo.
Arquiteto e Urbanista Alan Cristian Tabile Furlan

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A ampliação do Shopping Moinhos e a Divulgação de Informações

Dentro da idéia de divulgar a informação, seguem as perspectivas da Ampliação do shopping Moinhos.
Ainda bem que a informação é abundante...
Senti falta de imagens ilustrando as edificações do entorno, já que um dos pedidos é a liberação da altura.


















Eliana Hertzog Castilhos
Arquiteta e Urbanista

terça-feira, 8 de abril de 2014

Copa do Mundo, qdo a Lei deixa de ser Lei.

Acompanhando das notícias da Copa do Mundo, me deparo com uma notícia pra lá de surreal.
Reproduzo aqui o absurdo extraido de uma notícia do site de notícias IG:



Obra do Itaquerão deveria ser paralisada

Se a finalização do palco paulista do Mundial já está quatro meses atrasada, o cenário poderia ser ainda pior. Segundo o chefe dos auditores e autoridade maior do Ministério do Trabalho, Luís Antonio Medeiro, em condições normais as obras no estádio de Itaquera deveriam ter sido interditadas.

"Se esse estádio não fosse da Copa, os auditores teriam feito um auto de infração por trabalho precário, paralisando a obra. Estamos fazendo de conta que não vemos algumas coisas irregulares (griffo nosso)", revela em entrevista à Folha de S. Paulo.

* Com Gazeta Esportiva

Então, pessoal, já sabem, os empreendedores das obras faraônicas estão rindo a toa, por que nada acontece, nada os fará parar... e que sigam as mortes nas obras dos estádios, pois o evento vale mais que a vida.

Link da notícia do site de notícias IG, veiculada em 03/04/2014:
http://copadomundo.ig.com.br/2014-04-03/valcke-diz-que-nao-ha-possibilidade-de-adiar-abertura-da-copa-do-mundo.html

Eliana Hertzog Castilhos

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ampliação do Shopping Moinhos de Vento... para vc, que acha que já viu de tudo.

Você pensa que já viu de tudo em Porto Alegre?... Não, você não viu nada... Se no estádio do Internacional estamos cedendo o espaço aéreo público de graça... a ampliação do shopping Moinhos de Vento quer mais... quer usar a rua mesmo!
Olhem a imagem abaixo, extraída do processo... a rampa de acesso está na calçada... No corte dá pra entender bem direitinho o quanto invade da calçada...
E vocês pensam que isto está claramente apresentado?!? É claro que não.








































Fica aqui o registro, de mais um dos Pedidos de Flexibilização de Regras... onde o Espaço Privado está mais uma vez "ganhando" de cada um de nós um pouquinho de área pública.
É uma descaracterização do espaço... uma agressão ao bairro Moinhos de Vento, o que repudiamos veementemente.
Que todos possam divulgar estas imagens e se manifestar contrários, por que é realmente um absurdo.

Eliana Hertzog Castilhos
Arquiteta e urbanista


domingo, 6 de abril de 2014

Arquitetura e Gastronomia. 2014-6. Z Café, da Padre Chagas, Porto Alegre..

Depois  ir na exposição do Sebastiião Salgado, na Usina do Gasômetro, saímos em busca de um café, pois o Café da Usina estava fechado. Pelo centro, nas proximidades da Usina... Nada... Acabamos parando na rua Padre Chagas, no bairro Moinhos de Vento. Lá, depois de passear um pouquinho, escolhemos o Z Café, em especial por que:
a) o Barbarella Bakery estava lotado;
b) dos demais parecia o único com cara de café, com algo a mais.



Estava cheio, mas tinha uma mesinha no fundo... sentamos e de cara descobriimos por que a mesinha estava vaga... ninguém do atendimento parecia enxergá-la. Depois de umas poucas observações e registros sobre o ambiente e o cardápio, fizemos nosso pedido, e ao ver uma mesa vagar na frente não tivemos dúvida... mudamos de mesa.



 

Nosso pedido inicial foi um Frapê de Café e um Moka. Pra comer, um croissant de presunto e queijo (devo confessar que demoramos a decidir o que comer, pois achamos os preços salgadsos). Dos cafés, não tenho nenhuma queixa. O Moka estava quente em xícara quente. O Frapê, bem montado, com o doce na medida certa, com o café. Os preços dos cafés eram normais (de R$ 3,50 a R$ 12,00). Quanto ao croissant, para o valor cobrado (R$ 12,00) achei bem, bem razoável.






Na sequência, pedimos água, suco de morango e depois uma torta Z. A água é servida com gelo e oferecem rodelas de limão. O suco é natural... estava meio ácido mas é da fruta.

Quanto à torta, achei que viria uma torta, mas o que veio era na verdade um doce, feito em uma casca de chocolate, com um creme de chocolate também por dentro. Achei muito pesada. Gostosa, mas pesada. Poderia ser da metade do tamanho. Pois tivemos que dividir entre duas pessoas.







Na rua Padre Chagas desde 2000, é sem dúvida nenhuma um lugar consagrado. A decoração não inova, e portanto não precisa ser constantemente renovada. Cadeiras e mesas de boa qualidade. É um bom café e a arquitetura acompanha. Quadros tem a ver com o tema Café. O toldo (que aparece na primeira foto) protege quem está dentro e fora da incidência do sol. Há até um deck na calçada... Aliás, quase que se apropriaram totalmente da calçada. Há uma faixa de passagem mas ainda assim achei um pouco de mais a ocupação... não para o bar, mas para o todo... Sabe?!... se todos os bares e café da rua usassem a calçada como o Z Café, caminharíamos em corredores de passagem... Sem o deck, o impacto já seria muito maior.


 


Resumo da visita:
Ar condicionado: Sim.
Sistemas de prevenção de incêndio: Sim.
Acessibilidade: Não.
Pet friendly: não.
Comidinhas alternativas: nada indicado.
Acústica: Razoável.
Som: não.
Área aberta: sim.
Banheiro: próprio, limpo.
Comidas: Vou ter que voltar para pedir outro tipo de comida, por que o que comi não achei que valia a pena
Bebidas: cafés, com certeza, pois o que provamos era bom.
Preço: média de R$ 30,00 por pessoa se quiser comer algo.

Notas:
Arquitetura: 7. Gostei. Tem quase de tudo, tem identidade, tem funcionalidade. mas falta um que a mais.
Comida: 7. Os cafés são bom mas contrasta muito em custos com a comida, que não me pareceu nada de mais. Mas como café, com certeza recomendado!

Z Café - Padre Chagas
Rua Padre Chagas, 314. Moinhos de Vento. Porto Alegre. RS.
Horário de Funcionamento:
Segunda: 11h30 – 14h30. Terça a Quinta: 11h30 – 24h. Sexta: 11h30 – 01h
Sábado: 12h – 01h. Domingo: 12h – 24h. 

Eliana Hertzog Castilhos