Começo a observar algumas imagens que estão sendo divulgadas em relação ao Salão Internacional do Móvel de Milão, que ocorre de 12 a 17 de abril de 2011, e invariavelmente me pergunto o que estamos buscando com o design no século XXI?
Desde a época da faculdade, observo questões relacionadas ao design de mobiliário e sua importância para a arquitetura. Não foi a troco de nada que grandes nomes da arquitetura criaram peças que entraram para história, como as cadeiras Grand Confort e chaise long (de Le Corbusier, em 1928 ) e a insuperável cadeira Barcelona (de Mies Van der Rohe, em 1929).
Foto Barcelona: http://www.knoll.com/
Foto Grand Confort: http://www.ohthemodernity.com/
A elegancia, a sutileza e a sofisticação de suas formas de certo modo parece ter se perdido no tempo. Embora eu valorize e muito este design mais depojado e bem humorado que tomou conta do mundo nos últimos anos, que associa formas simples e cores vibrantes e alegres, não há como não destacar o fato de que, no que se refere ao mobiliário corporativo, ou mesmo o de design mais sóbrio e clássico, ainda estamos nos utilizando de peças que tem mais de 80 anos. De certo modo, nos rendemos à genialidade de algumas peças e não ousamos mais superá-las, fugindo do desafio de criar novas peças que tenham uma representação tão vanguardista quanto estas.
Ao ver as criações contemporâneas, e associá-las à arquitetura, vejo muito de pós-modernismo e contemporaneidade, mas quase nada que se refira à estética modernista e sua simplicidade da forma e função. Seria esta a morte do modernismo? Mas então porque insistimos em utilizá-las de maneira tão frquente em nossos projetos?
Aproveito para postar alguns modelos da marca Morosco, a Cadeira Moon, o Banquinho Oblio e a Cadeira Impossible Wood:
O site da italizana Casamania também vale a visita, pois possui peças bem diferenciadas em relação a o que geralmente vemos aqui no Brasil:
http://www.casamania.it/
Em geral, porém, o que vemos no design contemporâneo é a busca por soluções duradouras, sem que a forma se destaque como o principal elemento da composição. É talvez o momento do resgate da forma do design, pois com toda a tecnologia hoje disponível, temos uma obrigação com aqueles que nos deixaram uma herança tão rica e um design tão valioso.
Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos
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