Ganhei de presente no meu último aniversário o livro que é título deste post. Ainda estou nas primeiras páginas, mas um grande detalhe já posso afirmar, ler sobre alguém falando de arquitetura, sem ser um arquiteto, por si só, já abre a mente. Embora muito do que eu esteja lendo, eu não concorde plenamente, duas situações descritas, porém, tem em si uma grande verdade. Uma é a de que as pessoas, no auge da sua paixão, se transformam em excêntricos que vigiam as suas casas como guardas de museus. Essa é talvez uma das maiores verdades da arquitetura, e que ao mesmo tempo faz com que a mesma perca créditos. De que adianta um ambiente que não podemos usar?
A outra é o fato de que a arquitetura sempre concorre com desvantagem pelas riquezas da humanidade com demandas utilitárias. Como justificar gastar dinheiro com o belo, se há tantas carências no mundo? E aí, mais uma vez a arquitetura perde valor. As pessoas se esquecem de que o belo, o agradável, deixa a vida melhor... sem a pretensão de salvar o mundo, mas parece que com a pretensão de salvar a alma, com uma vida mais encantadora.
Nestes momentos, almejo o equilíbrio da arquitetura, entre o belo e o cotidiano. Aquela arquitetura que nos enche a memória com seus espaços e que participa dos nossos momentos, não apenas como pano de fundo, mas como um cenário grandioso.
Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos
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